sábado, 1 de outubro de 2016

Irmandade

   Cá entre nós: você ser mais velha do que eu, só se for na idade mesmo, porque de resto, a gente sabe quem é a mais velha da família aqui. Com você, conheci o verdadeiro significado da palavra intensidade. “O meu oposto”, como gostamos tanto de referir uma à outra, sempre fez sentido quando o assunto é a gente.
   Sorte a minha de ter alguém pra compartilhar qualquer coisa. Sorte a minha de saber que mesmo longe, vai está sempre perto de mim. As nossas diferenças nos une ainda mais, porque sabemos que são elas que nos completam.
   Tem briga, tem raiva, tem  chateação, tem “não vou mais falar com ela”. E ainda bem que tem, porque o que seria de mim senão tivesse dividido o quarto com você durante anos? O que seria de mim as experiencias que tive através de você? Pois é, eu não seria nada. Ou seria, mas não teria graça sem você.
   A gente cresceu e só agora estamos dando conta disso. Sua vida mudou, a minha também, e tava difícil - principalmente pra mim -  lidar com tantas mudanças e acontecimentos. Difícil aceitar que tem uma hora que a gente tem que voar, e mesmo que voe pra um lugar distante, sempre volta pra onde surgiu. Difícil enxergar que a boneca cresceu e agora não gosta mais de brincar.
   Eu só queria dizer que não tem ninguém mais do que eu, que torce pela sua felicidade. Não tem ninguém mais do que eu, que é grata pelo presente que você gerou, que herdou da mãe todo o brilho nos olhos e a vontade de viver. 
   O que a vida preparou para nós duas, eu não sei. Só sei que sempre teremos uma à outra, pois o sangue que nos une, é o mesmo sangue que nos abençoa e nos protege.
Que tem uma irmã como a minha, tem tudo.

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