quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

"Em terra de egos, quem vê o outro é rei"

   Fico olhando pra essa tela pensando por onde começar. Vem várias palavras embaraçadas, como se fossem gritos de desespero para 'expulsar' algo de mim. Quem me conhece, sabe que não sou explosiva em atitudes e gestos, mas em palavras, meu querido, é uma explosão atrás de outra.
   Prometi a mim mesma que não iria falar sobre 2016, mas ele foi um ano tão revelador em minha vida, que tenho que aprender a tirar as coisas boas de um ano tão conturbado. Sim, caros. Como em tantos outros, não foi dessa vez que tive a sorte\honra de ter um ano maravilhoso. Aliás, tive poucos momentos bons (poucos mesmo), porém, não há palavras de como explicar o quanto cresci e amadureci nesses 12 meses. Situações que jamais imaginei passar e passei da unica forma que consegui: sendo eu mesma. E todas as humilhações, decepções, surpresas, palavras agressivas, gestos obscenos, raiva, ódio, desprezo, nojo, T-U-D-O, serviu para fortalecer meu caráter e finalmente entender que nem todos são como demonstram ser. Aquela história de máscaras que caem, não importam o tempo que passar... isso é verdade. E doi demais saber que a pessoa foi duas, três, quatro caras com você.
   Hoje me perguntam por quê tão séria, por quê tão chata, por quê tão calada. Por quê? Porque aprendi da forma mais dolorosa que as palavras tem uma força tão grande que podem até machucar. Pior do que um tapa, é ouvir da boca de quem você ama\confia palavras de covardia e interesse. Palavras que logo causam arrependimento, pedido de desculpa, mas que jamais vai cicatrizar a ferida. Como confiar em alguém assim?
   Vivi dias onde a minha humildade e bondade foram testadas insistentemente. Onde pude conhecer a outra face do ser humano: aquela que só o poder propõe. E, sinceramente, quero distancia de gente assim. 
   Passei tantos anos desejando coisas positivas e cheia de esperanças, que em 2017 eu não consigo desejar nada. Não consigo me surpreender com mais nada de ruim, porque já me acostumei assim. A frieza vai aumentando dentro de mim e por mais que eu tente, a esperança não está sendo regada como se deve. Cada dia parece uma tortura e ao mesmo tempo um "será?" surge - só pra dar gosto a ilusão que insiste em aparecer. 
   Esperar é tão dificil. É uma tortura misturada com a ansiedade, que não sei explicar como estou hoje. Ora feliz, ora triste, mas sempre em silencio. Aprendi na marra que mesmo pequenos momentos de felicidade não podem ser espalhadas ao vento: tem gente que não sabe o que é isso. E eu rezo, rezo muito, para que tudo faça sentido algum dia e cada acontecimento seja um gesto de Deus dizendo: "Tenho algo melhor para você".