Uma das sensações que tiver no começo desse ano é que as coisas seriam diferentes, e, de fato, está sendo. Isso não significa que é bom.
Quer dizer, talvez. Se é verdade quando dizem que o 'sofrimento é uma forma de aprendizado', então estou no caminho certo. Estou me redescobrindo e aprendendo a conviver com a realidade, que as vezes pesa tanto que parece que nunca vai voltar a ser leve. Lembro de ter escrito em um desses textos antigos que a dor parece um imã: sempre puxa mais uma coisa ruim (algo parecido com isso). Estou quase acreditando que várias coisas ruins acontecem para recompensar uma coisa boa.
Eu lutei tanto por algo que, só agora, venho me perguntando se valia a pena ou não. Enfrentei comentários maldosos, olhares tortos, piadas crueis, para chegar e ouvir de mim mesma essa pergunta: "será que fiz certo?". Não sei. Os obstáculos estão sendo maiores que a minha força e minha persistência. Não que eu tenha desistido por completo, mas está quase acontecendo isso. Estou vendo um dos meus maiores sonhos perdendo o brilho dentro de mim e isso me doi tanto. Eu que quis tanto, lutei tanto, orei tanto... não posso fraquejar nas primeiras quedas - Repito diariamente pra ver se entra de uma vez na minha cabeça. Ai fico pensando em desistir, porém, não vem outra coisa além de seguir a profissão que fui escolhida a cumprir. Estou aqui, quase sem força, mas aprendendo a não desistir das coisas que me fazem feliz. E apesar de tudo que passei e tive que ouvir, fora os milhares 'não' na cara, o meu sonho não me deixa dizer 'adeus'.
Amor, amores. Dor, dores. Pra mim, já viraram sinônimos faz tempo. Me disseram uma vez que eu gosto de sofrer, e olha... acho que vou ter que concordar. Essa minha intensidade não me permite ser inteira 100%. Faz tanto tempo que eu não me conheço mais. Não é fácil pra mim lidar com tanta certeza da indecisão. Aliás, não é indecisão, não. É medo. Não sabia que ia virar uma mulher medrosa e covarde, que acha melhor esconder seus sentimentos do que lidar com a verdade, mesmo sem saber o final, mesmo sabendo que alguém vai se machucar. E de tanto querer proteger um e outro, me fechei num mundinho. Um mundo cheio de vozes, de gritos e de lágrimas. Me sinto prisioneira de mim mesma. E pelas merdas que venho fazendo, minha liberdade vai demorar a chegar.
Minha fé não deixa eu perder a esperança. Aliás, se eu ainda estou persistindo, é graças ao meu Deus, que sempre me ajuda.
Ultimamente o silencio ainda persiste. Meus olhos falam muito, mas a minha boca eu calei. Talvez assim, eu consiga acertar pelo menos uma vez na vida.
E seja o que Deus quiser.