domingo, 29 de junho de 2014

Eu poderia, mas não posso.

   Eu poderia dizer o quanto estou triste, cansada e decepcionada com a vida e comigo mesma; Poderia dizer o quanto tudo está me magoando, me ferindo de uma forma triste; Poderia dizer, também, que não reconheço quem vejo no espelho, e por isso, evito olhá-lo; Poderia dizer o quanto fico triste em ver que a situação saiu do controle, que te machuquei com uma grosseria, atitude fria, carinho renegado. Eu queria muito dizer que essa não sou eu, que nem eu mesma queria virar “isso” que me tornei. Esse poço ambulante de tristezas e decepções. Esse muro de lamentações. Queria muito dizer, se necessário, gritar para que todos possam me ouvir, mas não é possível. Ando invisível, muda e esquecida ultimamente. Ninguém consegue me enxergar porque estou trancada em um lugar escuro, frio e silencioso. Um lugar que tudo que fiz (e faço) de errado, é jogado na minha cara, estampado em todas as paredes. Cada lembrança torturante, cada dor, cada sentimento. Você não irá enxergar, sabe por que? Eu escondo tudo isso em um sorriso. O que adianta me expor, desabafar, abrir meu coração, se ninguém quer ouvir? Queria dizer, mas não posso. Não posso porque estou sozinha, porque não há ninguém que por amor ou piedade, ouse me ouvir. Mas tudo bem, continuo seguindo a vida como se nada me importasse. Afinal, ninguém se importa comigo mesmo.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

"Quando voce deseja o bem, o bem te deseja também."

  Escrevo pra aliviar uma dor que não sai há algumas semanas, Escrevo porque isso está me sufocando e cada dia que passa vejo que não há solução para amenizar essa situação.
   Depois de muitas ilusões e inúmeras decepções, eu resolvi mudar. Ser qualquer pessoa, menos eu mesma. Achei que assim seria mais fácil encarar a vida, ignorando meus sentimentos.Dar mais importância ao superficial e me dedicar as outras áreas da minha vida, pareceu mesmo ser uma boa solução. Sim, o vazio incomodava, entretanto, eu sabia que "o momento certo ia chegar", e chegou. Aliás, já estava ali, ao meu redor, sendo o que não era pra ser, ocupando um lugar muito pouco para o que merecia.
   Eu vi florescer um sentimento em mim que há muito tempo eu não sentia. Eu vi na outra pessoa o que eu era antes de acontecer tanta coisa comigo. Eu vi uma esperança, uma alegria, e uma pessoa que era, na verdade, o meu espelho. O que eu era e o que queria ser. Por mais que eu esse sentimento fosse tantas vezes reprimido, foi impossível cortar pela raiz o que já virou flor.
   Nunca fui tão feliz e tão triste como estou sendo agora. Tudo aconteceu naturalmente, e quando fomos perceber, aquela amizade já tinha virado amor. Saber que tem pessoas tristes e magoadas por causa disso, me fere de uma maneira inexplicável. Eu que sempre fiz de tudo para levar o minimo de alegria na vida das pessoas, pois isso também me faz feliz, hoje, sinto como minha missão não tivesse sido cumprida. Ter que escolher entre a minha felicidade e a felicidade de pessoas que eu tenho um enorme carinho e respeito, me doeu (e doi) de uma forma trágica. Me sinto egoísta, má, fria. Mas, depois começo a pensar: será que eu não mereço ser feliz também? Se com ele ia ser ruim, sem ele seria pior?
   Coragem pra assumir o que sente, encarando as consequências (que não são poucas), são para poucos. Se expor, sabendo que será cruelmente massacrada, em nome de um sentimento, não é fácil. Tudo que fiz, não foi apenas pelo o que eu sinto por ele. Foi, principalmente, por amor a mim mesma. Por não querer perder alguém, que entre tantas, conseguiu renascer a Mariana que sempre fui, mas tinha medo de voltar a ser. Parece loucura, e é sim. É muita loucura minha querer ser eu mesma, no meio de tanta gente que finge ser quem não é. Quem conhece de fato, sabe que não estava bom pra ninguém. Não tivemos culpa por, no meio de tanta amizade e companheirismo, nos apaixonar. "E que minha loucura seja perdoada, pois metade de mim é amor... e a outra também."
   Não sei se tristeza mata, mas adoece. E foi na doença que eu pude enxergar o que não conseguia. Não, eu não estou curada. Vai começar um tratamento muito longo chamado: paz espiritual. Nada que não seja bom, vai permanecer em mim. Coisas, sentimentos, pessoas. Porque eu sei que tudo que eu estou passando, já passei e ainda vou passar, tem um proposito. Confio demais em Deus para ter medo do futuro, porque nada acontecerá sem que seja a vontade Dele. Tudo que vem de Deus, é bem vindo.
   Eu não vou poluir meu coração com sentimentos do passado. O passado existe para ser uma forma de aprendizado, e sim, eu já aprendi muito mesmo em tão pouco tempo de vida. Sei que essas doenças não são fáceis, mas Creio em Deus, que é Pai e Todo Poderoso.
E seja o que Deus quiser.



Beijo, Mari,