terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sobre o medo e outros males

   Sinto um vazio, solidão e a certeza de que perdi algo. A fome some, a disposição também e tudo que resta são as lagrimas, a culpa e o medo de viver. Sempre ele.
   É tudo tão estranho. Minha cabeça dói por pensar demais, por querer resolver uma situação que não tem mais solução e buscar loucamente uma tentativa me frustra ainda mais. Acho que aquela frase: “perdas e ganhos” está fazendo sentindo pra mim só agora. No momento, não consigo ver nenhum ganho, apenas as perdas.
   Uma dor profunda, que só o tempo pode amenizar. Não sei se é tristeza ou se é a vida tentando recomeçar . Tudo está dando errado pra mim, até as coisas que já estavam dando certo. A vida quis me mostrar na prática que não temos controle de nada, nem de nós mesmo. E é isso que está acontecendo: perdi o controle de tudo que me envolve. Minhas certezas não são as mesmas e as duvidas estão cada vez maiores.
   Ter que lidar com o coração e a mente em sua eterna guerra racional x emocional sempre será a pior parte. É incrível como o medo me acompanha em tudo. Queria poder dizer que sou uma pessoa forte e que enfrentou seus medos, mas já vi que isso vai demorar. O meu medo de viver e ser feliz me aprisiona no meu quarto, vendo o mundo pela janela e moldada pelas opiniões alheias. Cansei de ser assim, de não ver a luz que todo mundo enxerga.
   Queria muito ter orgulho de mim mesma e do quanto fui capaz de enfrentar e solucionar um problema, seja qual for. Perder algo porque teve medo é a maior covardia do ser humano, principalmente quando isso envolve a sua felicidade. É abrir mão, é dizer um NÃO em alto e bom som... sem necessidade. Se esconder por trás da sua fraqueza e fingir uma coisa que não é. Essa não é você. Esse medo não pode dominar a sua vida. Enfrente, encare!
   Sinto um cansaço emocional que domina até o físico. E, para “equilibrar” isso, desconto toda a raiva que sinto de mim mesma no meu corpo, achando que assim, a dor no coração não vai gritar tão alto como está gritando agora. Até o sono, que sempre tive até demais, sumiu da minha vida. Deito na cama e passo horas virando para todos os lados, não procurando uma posição, mas sim tentando desligar a mente para conseguir dormir.
   Tudo que eu fiz, foi pensando no bem de todos ao meu redor e por ultimo em mim. E agora estou aqui, tão sozinha quanto qualquer animal abandonado, esquecido e até mesmo largado.
   Só... solidão... sozinha. Nunca palavras definiram tanto meu momento como essas.  Tenho vergonha de mim e do que me tornei. Essa mulher que não se comporta como tal. Essa criatura que não vive.
   Todos os dias peço para que, ao acordar, a dor diminua e que passe logo, para a alegria reinar. Não aguento mais carregar esse fardo e essa dor no coração.

‘Senhor, eu não aguento mais. Essa não sou eu, essa não é a Tua filha. Ilumina minha mente, acalma meu coração. Segura a minha mão e enfrenta as dificuldades comigo, pois sem Ti não sou nada. O mundo pode até me abandonar, mas Deus está comigo. Cuida de mim, meu Pai. Amém’

Beijo,
Mari.