Já perdi a quantidade de vezes que ouvi dizer o quanto eu
era uma menina romântica e doce. Digo ‘era’, justamente no sentido de passado.
Infelizmente os acontecimentos da vida nos faz ter uma reação.
Por muito tempo desacreditei no amor. Não conseguia mais
acreditar que uma pessoa podia realmente amar verdadeiramente outra,
principalmente quando essa outra pessoa sou eu. Tenho uma coleção de ilusões,
decepções e mágoas que, por mais que já estavam devidamente perdoadas e em um
lugar distante do coração, não consigo esquecer. E por não conseguir
esquecê-las, quando deparo com um alguém interessante, todas essas lembranças
vem à toa, e o sofrimento que me causou também.
De fato, é difícil tirar da mente o que te fez sofrer. Até
aquele machucado de infância, quando você lembra, consegue sentir a dor
novamente. No coração, também é assim. Por saber o quanto sofreu, por mais que
você tente se entregar para uma nova possibilidade, algo te faz recuar.
Covardia. Medo. Insegurança.
Não sou dessas que acredita que é possível amar só uma
pessoa a vida toda. Eu acho que o amor acontece o tempo todo e é “eterno
enquanto durar”. Amor é alegria, carinho, doação, segurança, confiança, paz.
Por nunca ter lidado com algo tão verdadeiro, me acostumei
com as coisas que apareciam na minha vida e me doava incansavelmente para que
desse certo. E dava, mas não pra mim. Até que um dia de tanto se doar, você se
perde. São tantas entregas e apostas que acaba cansando. Eu sempre tive esse
“dom” de me entregar a todo mundo que amo (em todos os sentidos que a palavra
amor se encaixe).
Talvez isso seja um erro. Talvez. Entretanto, quando se ama,
entrega-se é automático. No amor, não há mistérios. Onde tem amor, tem paz e
felicidade. Que o amor esteja sempre dentro de todos nós!
Beijo, Mari.