terça-feira, 8 de julho de 2014

"Você é mais forte que os seus medos."

   Sinto um enorme desconforto no coração. Talvez seja um incomodo passageiro ou talvez seja uma forma que ele encontrou de chamar atenção. Não sei. Só sei que há algo que eu quero falar, há algo que eu quero ouvir, mas não sei o que possa ser. Está faltando alguma coisa na minha vida e não enxergo o que é. Procuro em todos os lugares essa sensação de plenitude e só vejo tragédia, dor e confusão. Sinto falta dos momentos de felicidade que pareciam ser eternos, do sorriso escancarado no meu rosto que o deixava mais bonito e sinto falta da pureza que vivia em mim, e que ainda vive, mas não sei onde está. Deve está escondido por trás dessa pessoa que me tornei.
   Quando falo assim, dá a entender que eu virei uma pessoa ruim. Bom, não sei. Só sei que eu imaginava ser bem melhor que sou hoje. Ou menos complicada, tensa, grossa e piedosa. Os princípios que antes eram seguidos cautelosamente, hoje nem lembro quais são. Estranho ouvir quando alguém diz que eu mudei. Mais estranho ainda quando eu olho pra mim mesma vejo a certeza disso. Não significa que isso é ruim, até porque as mudanças servem para nos ajudar a crescer e amadurecer. Estou longe de ser uma pessoa madura e equilibrada como imaginava que seria, mas sei que cresci muito. Chega a ser contraditório, entretanto é a mais pura verdade.
   Tanta coisa aconteceu, tantas mudanças seguidas uma atrás da outra que, quando paro para pensar e refletir sobre tudo e todos, fico tonta com tanta informação. Em menos de um ano, parece que minha vida virou um furacão ou uma roda gigante que não para de girar. Um dos meus maiores sonhos de criança era ser uma adulta de verdade. Nunca gostei de meias verdades, de histórias pela metade. Achava que eu ia crescer e virar uma mulher digna de admiração e respeito. Quando eu realmente cresci (na idade), vi que a criança que eu era não ia admirar a mulher que virei. Não por ser má, mas pelo fato de ser tão complexa. Exagerada.
   Vejo os meus amigos e neles encontro meu ponto de equilíbrio e beleza na vida. Vejo que cada um está seguindo sua vida e o quanto cresceram com suas escolhas e consequências. E vejo que eu também cresci, junto com eles.
   Eu não sei lidar com o mau. Com gente má, com rodas de fofocas sobre a vida de alguém que não vai modificar em nada na minha vida, com pessoas querendo dizer o que se pode ou não fazer com sua vida. Te julgam por ser quem é de verdade. Te crucificam por querer uma coisa que eles não querem, como se fosse obrigado a ser como todos são. Infelizmente, não fui padronizada. Não penso igual aos outros e não ajo como tal. Me dói muito quando tenho que agir segundo essas pessoas, pois não posso desacatá-los. Espero sair dessa prisão de dependência e morte.  Torço para que o medo não me impeça de viver e que a coragem seja raizada na minha vida. Só assim serei feliz.
   Eu tenho que parar de ser assim, de agir assim, de querer assim. Tenho que aprender a controlar meus medos e ser eu mesma.